Pouca gente sabe, mas o simples ato de coçar os olhos repetidas vezes ao dia pode causar uma doença grave chamada ceratocone. De acordo com a Sociedade Brasileira de Ceratocone, a doença degenerativa na córnea já afeta uma a cada 2 mil pessoas no Brasil.
O oftalmologista Fabiano Bivar, especialista da Clínica Vision, explica que o ceratocone afeta diretamente a córnea (tecido transparente que reveste a parte da frente do olho e funciona como uma lente natural). “Quando a doença se instala na pessoa, a córnea fica no formato de um cone, o que passa a prejudicar a visão”, reforça Bivar.
Relação com Alergia
Na maioria dos casos, o ceratocone tem correlação com alergia, por isso que a coceira está diretamente ligada à doença. Ou seja, pacientes com alergia ocular têm uma tendência maior a ter o ceratocone.
Vale destacar que, somente de 6% a 8% dos pacientes desenvolvem a doença por herança genética familiar, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Ou seja, observa-se que os fatores externos (como o ato de esfregar os olhos) ainda se sobressaem em relação aos fatores genéticos, no número de casos registrados.
Principais Sintomas
Os principais sintomas do ceratocone são: visão embaçada, dificuldade de enxergar à noite, sensibilidade à luz e imagens duplicadas. As anomalias se parecem muito com casos normais de problemas na visão, como miopia ou astigmatismo, por isso a importância de se fazer exames regulares com profissionais médicos oftalmologistas.
A doença costuma se iniciar entre a pré-adolescência e o começo da vida adulta, quando a córnea ainda é mais elástica. “No início, realmente surge a dúvida se pode, ou não, ser um caso de ceratocone. Para um diagnóstico mais seguro, é fundamental que o paciente passe em uma consulta oftalmológica especializada e realize exames complementares específicos, como, por exemplo, a tomografia de córnea, que consegue detectar alterações mais precoces de deformidade corneana”, orienta Fabiano Bivar.
Outros sintomas do ceratocone são: Baixa acuidade visual; desconforto visual; dor de cabeça; fotofobia (sensibilidade à luz); troca frequente dos óculos ou lentes; e diplopia (imagens duplicadas).